O que é Employee Experience e como melhorar a experiência de trabalho do colaborador

Cultura começa por quem sente: a transformação é Humana antes de ser Estratégica

Employee Experience não é um projeto pontual. É uma decisão organizacional.
E só existe quando o centro não é o processo, é a pessoa.

Em um período não distante, acompanhamos uma empresa que desejava passar por uma transformação cultural verdadeira, com o objetivo de se tornar mais “employee-centricity”, para melhorar a experiência de trabalho dos seus colaboradores

Essa decisão não veio de uma tendência, nem de uma vontade estética de mudar a cultura. Ela veio da dor.

A empresa enfrentava um cenário conhecido (mas pouco falado com a profundidade que merece):

  • Alto índice de turnover entre talentos estratégicos
  • Engajamento emocional praticamente inexistente
  • Produtividade comprometida

• Um sentimento coletivo de desalinhamento emocional e cansaço crônico

O que revelamos: antes da cultura, havia o sintoma.

A primeira fase foi de escuta.

Aplicamos a ferramenta Harmony, certificada no diagnóstico de riscos psicossociais, para mapear dados sobre aquela organização e o que as pessoas sentiam ao estarem naquela empresa.

Os resultados não surpreenderam. Mas impactaram profundamente.

A exposição a fatores como pressão contínuafalta de reconhecimentoausência de suporte emocional e ambiente hostil disfarçado de “exigente” estava gerando um alto índice de risco psicossocial, afetando diretamente a saúde emocional dos colaboradores e, por consequência, o resultado dos times.

O impacto do invisível

O diagnóstico evidenciou que os processos estavam bem documentados, mas não sustentavam relações saudáveis.

As políticas existiam.

Mas não havia rituais.

Não havia escuta real.

Não havia segurança para ser humano naquele ambiente.

O que aconteceu a partir daí: começamos a tocar onde realmente importa

A partir deste estudo, a liderança entendeu que não seria possível construir uma cultura nova sobre a dor antiga.

Não bastava rever o branding da cultura interna.

Era preciso rever o modo de viver o trabalho todos os dias.

Decidimos, então, iniciar um processo de transformação cultural que começaria não pelo organograma, mas pelo emocional.

Quando a cultura se transforma, o invisível começa a ter espaço

Implementamos, com o apoio da liderança, artefatos culturais simples, mas consistentes.

Criamos ritos de escuta, de clareza, de pausa e de pertencimento.

Treinamos líderes para reconhecer e regular o impacto emocional de suas ações.

E incluímos saúde emocional como parte da conversa não como um projeto paralelo.

Nada disso foi sobre wellness week.

Nada disso foi sobre mural colorido ou novos slogans.

Foi sobre tornar a experiência de trabalhar ali mais humana.

Employee Experience real começa no invisível

É na conversa que nunca aconteceu.

Na pausa que nunca foi permitida.

Na vulnerabilidade que nunca teve espaço.

A transformação não foi só cultural.

Foi emocional. Foi relacional. Foi real.

E os dados acompanharam:

• Redução no turnover

• Aumento na autopercepção emocional das lideranças

• Reengajamento progressivo das equipes

• Feedbacks espontâneos como “agora eu consigo respirar aqui”

Conclusão: Employee-centricity não é sobre agradar pessoas.

É sobre respeitar quem constrói a empresa todos os dias.

Transformar cultura exige coragem para tocar no que adoece.

E só quem entende de gente consegue redesenhar uma cultura que faz sentido não só no papel, mas na pele de quem a vive.

Se a sua empresa está buscando rever seus caminhos, talvez a pergunta não seja:

“Qual cultura queremos ter?”

Mas sim:

“Como as pessoas se sentem hoje por estarem aqui?”

A partir dessa resposta, a transformação pode, de fato, começar.

Fernanda Daniel

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